A Internet. As Redes Sociais. E agora podíamos ficar aqui só um minuto a pensar nestas duas coisas, e porque partilha-se muito, e fala-se pouco.
Trabalho com redes sociais todos os dias, utilizo o email a toda a hora, vou ao Google quase de hora a hora, uso o WhatsApp, tenho grupos no Viber… e está sempre tudo a apitar, a tocar, a receber mensagens, emails, notificações. Estou sempre ligada. Mas cada vez mais penso que de tanto estarmos ligados, nos desligamos. As nossas mensagens são curtas, sucintas, não lemos mais do que dois parágrafos [estou a ser generosa], partilhamos tudo, mesmo sem ler.
Vivemos de textos, partilhas, daquilo que os nossos olhos vêem e lêem, mesmo sem termos a certeza se é real, ou mesmo sendo real, se estamos a receber a mensagem certa. Porque todos os textos, têm as suas interpretações, e o que uma fotografia pode parecer para mim, poder ser totalmente recepcionada de outro modo para outra pessoa. E, ao seguirmo-nos pelas redes, vamos fazendo parte da vida uns dos outros (ou não) e vamos assistindo, lendo, partilhando, mas ao mesmo tempo vamo-nos afastando. Porque o discurso não é directo, para mim ou para ti, é igual para todos.
Fazemos um like, um smile num comentário, e estamos conectados — acabámos de ter uma conversa apenas com um like — é como dizer adeus, para alguém que está do outra do lado da estrada. Sei que estou a falar de mim, que também sou frequentadora destes “estabelecimentos”, vou tentar melhorar.
São tempos modernos, que nos trazem novas pessoas à nossa vida, exactamente através destas tecnologias, mas que tanto vêem, como vão. E outras que ficam.
Tenho a sorte de ter conhecido bastantes, mas perdi-as depois pela mundo dos 500 mil seguidores. Mas o que vem à rede é peixe, e o peixe que ficou é bom!
2 Comentários
Porque devemos de ter uma secretária sem computador – Tribe Land
[…] É complicado ter uma rotina de trabalho, sem estarmos constantemente a ser “interrompidos”, ou pelas notificações, ou mesmo pelos nossos desvaneios de que entretanto fomos ali só espreitar o que tem o facebook de novo, ou o Instagram. A eterna questão de estarmos sempre online, e on fire, um pouco no seguimento do partilhar muito e falar pouco. […]
Silvia Silva
Agora que ando longe das redes sociais e cá venho só espreitar e vou embora, o que procuro é mais esse contacto directo com pessoas que estão longe. Mas não consigo. É facto. Eu própria deixo 2 ou 3 likes e vou embora, leio na diagonal e enjoo as fotos bonitinhas e os textos sobre as vidas maravilhosas alheias. Ainda mais do que antes. Por vezes penso que deveria prestar mais atenção no bom e menos no mau. Deixar de lado o que não interessa e dar o tempo de antena a quem realmente tenta ‘falar’ de alguma coisa. E falar um pouco mais. O mark disse que queria tentar fazer melhor naquilo que o facebook é, e nós deveríamos tb elevar o nível da nossa presença e partilha.
E já que estamos numa de partilha imediata, diz-me, não te sentes esquisita com a cena do stories do IG? não te parece que é um rede completamente à parte do IG? tudo tão rápido, tão estranho…serei só eu que não consigo encontrar conforto naquelas imagens rotativas?