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Vida de Freelancer

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Como organizar toda a nossa comunicação para o mês. De uma só vez.

Um dos pontos que falamos sempre durante os workshops e com muitos clientes, é que raramente conseguimos organizar e fazer a nossa própria comunicação. Pudera, temos que dar vazão aos nossos trabalhos e clientes, e depois a nossa própria comunicação fica para o fim, e nem sempre chegamos a esse fim. E quando chegamos, publicamos qualquer coisa muito rápida no Facebook, nem actualizamos o site, e o Instagram talvez tenha sorte de ter qualquer coisa para ele.
Eu tento sempre combater a inércia de não me esquecer de comunicar a própria marca, e os canais já são alguns. Tenho o site, o Facebook, este blog, o Instagram, e o Pinterest também já está mais encaminhado. Fora isso, tenho sempre de arranjar novos conteúdos, boas fotografias para manter o ritmo e o interesse de quem me segue. Não é pêra doce, não. Ultimamente até tem sido mais difícil, porque as ideias são muitas mas depois não estão prontas a publicar, não tenho tempo para parar quando quero lançar algo novo, e o tempo vai passando a correr. Por isso, tenho de me organizar. De criar em papel a minha própria rotina para ganhar tempo, conseguir bons conteúdos e ter a percepção de que a mensagem da marca está a passar. Isto tudo de modo a gerir o meu próprio tempo, para não estar todos os dias a pensar nisto. Não dá, não dá mesmo. Por muito que eu goste, e gosto mesmo, era capaz de todos os dias inventar mais conteúdos, criar posts para o Facebook, mas duty calls.
Por isso, criei o meu próprio calendário mensal, só para a comunicação da marca: aqui neste calendário não entram reuniões, clientes, nem projectos, aqui somos nós. O nosso discurso. Neste calendário tenho a percepção do mês, consigo logo visualizar quando devo fazer um post para o Facebook a “vender” serviços, outro com um novo projecto, outro que transmita motivação, quando entra um novo artigo para o blog… e quando dei por mim, já tinha até ideias a mais para o mês, o que é bom, já dão para o próximo. O melhor de tudo é que numa manhã agendei os posts todos para o Facebook, já defini quais são os pontos fortes que quero promover para a marca, e já preparei inclusive todas as imagens. Agora tudo vai correr muito melhor, autonomamente e bem feito. Porque parei, planeei e mantive o foco naquilo que estava a fazer.
Não vale a pena tentarmos falar de tudo num mês, temos muitos outros pela frente e não vale a pena também sermos demasiado ambiciosos. Se achamos que não conseguimos fazer posts para todos os dias, porque vai ser difícil manter esse ritmo, então definimos o nosso próprio ritmo e mantemo-nos fieis a ele. Sejamos realistas e facilmente apanhamos o gosto por fazer a nossa própria comunicação.

Definir pontos chave de promoção da marca

  • Escolhe 2 ou 3 produtos ou serviços que queiras promover e prepara um texto bonito, contando um pouco sobre porque fazes esses serviços ou produtos. Assim, cada vez que te promoveres terás uma nova abordagem, sem ser repetitiva.
  • Pede um testemunho. De certeza que tens clientes que adorariam dar um testemunho sobre o teu trabalho. Aqui, já tens um post feito.
  • Planeia 2 ou 3 posts mais espontâneos, e que tenham mais a ver com os bastidores da marca, onde possas criar um elo mais íntimo com os teus seguidores.
  • Prepara uma campanha de angariação, seja de emails, de contactos ou de likes. Pode ser um freebie, ou até mesmo um texto que conte a tua experiência e que possa ajudar o teu leitor, ou um projecto DIY, ou algo que se possa fazer com os teus produtos ou serviços.
  • Cria a tua motivação. Em vez de partilhares as imagens ou frases que te inspiram, faz as tuas. Tem outro sabor e vais ficar mais satisfeito.
  • Não preenchas todos os dias do teu calendário. Deixa alguns para aqueles acontecimentos que surgem em cima da hora ou algo que descubras só mesmo na altura.

Como organizar toda a nossa comunicação para o mês

 

COMO FAZER UM BOM CALENDÁRIO

Usa Cores
Usa cores para conseguires ver o teu mês e o que tens pela frente. Escolhe uma cor, por exemplo, para o que é serviços ou produtos, outra para o que é trabalho/ portfolio ou testemunhos, outra para artigos de opinião… No fim vais ter um calendário que é teu, onde facilmente tens a ideia de como vai ser o teu mês e, claro, bem bonito.Como organizar toda a nossa comunicação para o mês

Divide o dia em dois momentos
Se tens um blog e um site, assim consegues ter 2 tarefas para o mesmo dia.
Se queres ter dois momentos de comunicação para o mesmo dia, assim é mais fácil visualizá-los.

Primeiro, as listas
Aponta primeiro a lista de artigos a comunicar, depois é só espalhar pelo mês.
Regista com um símbolo, por exemplo um check, o que já está agendado, assim já sabes com o que não te preocupares.

Este é o calendário que fiz para este mês. E se quiseres também pode ser teu, faz download aqui, experimenta e depois dá o teu feedback. Ajudou?

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A falsa urgência destes tempos urgentes.

Hoje fala-se de urgência, podia ser à porta de um hospital mas não é caso para tanto. Mas fala-se sim da urgência das palavras e do seu significado. Palavras que mudaram de sentido, que mudaram de orientação e que continuamos a usar. Acredito que são palavras e termos que acompanham este mundo rápido (até demais) de comunicação e de acesso à mesma.

Isto é urgente.
Tenho muita urgência.
Isto é para ontem.
ASAP (dito assim tem um peso muito maior e prioritário do que se traduzirmos – as soon as possible).

4 termos muito idênticos, com um jogo de palavras muito semelhante e todos querem dizer o mesmo. Mas a verdade é que a urgência que nós passamos é nossa sim, está na nossa cabeça, mas se calhar não é assim tão urgente. Confuso?

Para quem é freelancer, como eu, e que presta serviços, é recorrente termos pedidos urgentes, mais não seja um contacto urgente. Diz-me a experiência de quem já acudiu 1001 urgências (número irónico) que raramente estamos a falar de urgências no verdadeiro sentido da palavra.

Diz-me a experiência que quando empregamos o termo urgente, estamos a definir o nosso estado de espírito por algo que ainda não sabemos como vai ser ou como vamos fazer. Daí a urgência em passar para alguém a nossa urgência. E depois neste jogo de ping-pong, a urgência morre logo no pong, e não chegamos a receber um ping de volta. Depois, no processamento de informação a urgência deixou de existir para dar lugar ao processamento que pode ser longo, ou até sem retorno.

Estamos a correr muito depressa, a tentar acompanhar o ritmo frenético da informação que a todos os segundos muda e nos invade a mente. Mas, no meio de tanta rapidez e na tentativa de acompanharmos o passo, podemos correr o risco de chegarmos à meta estafados e sem fôlego e sermos forçados a terminar ou fazer uma pausa longa para recuperar. Não queremos fazer uma pausa, queremos sim um ritmo constante, com uma respiração profunda e um sorriso na cara. Será assim tão urgente aquilo que queríamos? Será que ao passarmos a nossa urgência a outros estamos a facilitar o trabalho? Será que a pressa de chegar à meta é maior do que a tranquilidade na execução? E se todos formos urgentes, como sabemos o que é realmente urgente?

Vamos tentar devolver um pouco o sentido nato das palavras, sim? Voltar às origens e não exacerbar o significado das coisas. Porque quando dizemos que é urgente vamos acreditar que é e tratar como tal, ou então poderá chegar o dia em que a história do Pedro e o Lobo acontecerá.

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O meu último dia no Sítio

Estive 1 ano e meio no Sítio, um espaço de cowork em Alvalade. Lembro-me da primeira vez que lá fui ver e quando olhei para o número da porta pensei para mim – que prédio mais feinho, não me convence – mas depois de subir 3 lances de escadas, alguém me abriu a porta e subi mais um lance de escadas. Quando cheguei, o cenário mudou completamente. E esta tem sido a mesma impressão de todos os que foram lá ter comigo para reunir, falar ou até beber um cafézinho. Ok, o prédio não era o mais bonito, os 3 lances de escadas assustam um pouco, mas garanto-vos que compensa quando lá chegam, é quase como que uma caminhada incrível para chegar ao cima do monte e ver o nascer do sol.

O Sítio foi todo idealizado e feito, sim todo feito pela Polígono, de quem vou ter muitas saudades, sempre foram incansáveis em manter a harmonia neste cowork. Um espaço aberto, onde a madeira é a rainha de toda a construção, uma cozinha com uma luz imensa onde passei muitas horas a ver os aviões e a imaginar para onde iam. Plantas, muitas plantas verdes temos pelo Sítio. Bicicletas também. Todo o ambiente é de uma boa energia, por isso quando lá fui ver com a Rita, decidimos que ali seria o sítio ideal para montarmos o nosso poiso. A Daniela juntou-se a nós uns meses mais tarde e a Inês também. Verdade seja dita, a nossa mesa era um espectáculo 🙂

sitio-alvalade

Esta mudança calhou nas férias da Daniela e a Rita ainda não regressou ao trabalho, por isso, durante a última semana no Sítio, andei a carregar saquinhos de tralha todos os dias. Assim, aos poucos fui vazando a nossa mesa para ser uma coisa soft. Mas no último dia, quando passei com o meu iMac, não deu para passar despercebida! Aliás acho que quando saí pela última vez até saí um pouco apressada, acho que deu-me aquela neura de “deixa-me já sair se não ainda choro”.

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E agora? A mudança é boa mas ficamos sempre na dúvida. Mas aqui vai disto, como se costuma dizer.

Fui ver um espaço novo com a Daniela, e é como se costuma dizer, quem procura acha, e nós achámos uma varanda linda para apanhar sol e uma sala perfeita para fazermos o nosso canto. Desta vez uma sala fechada, mas com uma janela enorme que foi o que nos atraiu logo. Um pouco mais de privacidade é o que procuramos agora, e um estacionamento sem emel também (ámen). Continuo a trabalhar com a Rita e a Daniela, e agora com mais um talento inato, a Anita do Look a Day vai-se juntar a nós. Imaginam agora o nosso entusiasmo com esta mudança?

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Vida de Coworker Vida de Freelancer

Estamos de saída de Alvalade

Vamos sair do nosso cantinho, do nosso Sítio. Fomos muito felizes neste ano e meio que partilhámos mesa e levámos a vida de coworkers mais a sério. Foi um desafio para todas, a Daniela deixou o seu emprego para se dedicar à fotografia, a Rita deixou a engenharia e dedicou-se só à fotografia, e eu assumi finalmente que é mesmo necessário ter um espaço em Lisboa para reunir, trabalhar e para estar mais presente (a margem sul é muito bonita mas ninguém – quase ninguém – cá vem fazer reuniões).

Até termos chegado ao Sítio nenhuma de nós tinha trabalhado junto, e nenhuma de nós tinha experiência em cowork, mas existem coisas que estão destinadas e outras que só por si desvanecem. A verdade é que criámos aqui uma cumplicidade que quando mudamos, mudamos todas e já faz parte do nosso dia estarmos todas na mesma mesa. Aliás, cada vez mais temos trabalhos em conjunto e isso é a prova da boa sinergia que temos. Por isso, vamos continuar todas na mesma mesa, com o mesmo espírito mas num local diferente, igualmente bonito. E se não bastasse mudar de sítio, vamos ter uma nova pessoa a partilhar mesa connosco (aqui um bocadinho de suspense).

Mas a sensação de sair de Alvalade não foi de ânimo leve, aprendi a viver num bairro lindo em Lisboa, que até então nunca tinha presenciado. Conheci lojas mais antigas do que eu, e negócios locais de porta aberta que são uma autêntica lição de vida.

Passei a sair mais vezes depois do almoço só para ir beber café à rua, apanhar sol na esplanada do Café na Drogaria e dar uma volta ao quarteirão.

Almocei mais vezes fora porque a Tasca da Maria do Correio não pára de aliciar com pratos que adoro.

Passei a comer muito mais quinoa e familiares, porque a Maria Granel era mesmo ao virar da esquina e muito orgulho tenho em ter participado neste projecto.

Estamos um bocadinho tristes sim, porque vamos deixar este nosso bairro, mas depois pensamos no espaço novo para onde vamos, no entusiasmo de mudar, de conhecer novas pessoas e isso dá-nos motivação. É normal, evoluímos, mudamos e temos necessidade de apanhar outros ares. A verdade é que continuamos pelos bairros de Lisboa, em breve conto mais. Entretanto vamos fazer as mudanças.

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Gosto disto Vida de Freelancer

Mãos ao trabalho na Tipografia Dias.

Meter as mãos na massa é o que gosto. Então isto, nem vos conto.
Já não é a primeira vez que falo de letterpress, nem a segunda, nem vai ser a última. Ainda estou em falta para com a Cara da Underwood Letterpress para mostrar a visita que lhe fiz em LA (mas isso é post para outro dia).
Há umas semanas descobri um workshop de tipografia pelo Facebook e fui atrás. E melhor ainda, descobri que é na porta ao lado da Lance, em Alvalade. Tipografia Dias – este é o sítio, o paraíso e o saber sobre algo tão bonito e tão bom de se ver e fazer.
Um dia inteiro. Confesso que no início tive alguns momentos de não saber bem como começar a minha própria composição, mas lá entrei nos eixos. E nunca mais parei.
E como eu gostei de sair de lá com as mãos sujas e o rolo de papéis debaixo do braço.
Espectacular, é o que tenho a dizer. E não vou ficar só por aqui 🙂

Filipa Simões de Freitas
http://lancecollective.com/

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Aos meus colegas…

…isto não é uma corrida, o primeiro a chegar pode nem ganhar nada. Não interessa a rapidez, o passo apressado, os encontrões e a perseguição. O que interessa somos mesmo nós, eu e tu, designers, profissionais, humoristas e às vezes até milagreiros.

A maneira como falamos, andamos, sorrimos, faz de nós únicos, o modo como dizemos bom dia ou como escrevemos um email faz-nos pessoas diferentes. Fazemos o mesmo mas somos intuitivos, emocionais e é isso que passamos para quem trabalha connosco. É isso que vêem em nós e que nos faz chegar onde queremos.
Se somos freelancers, todos os dias são uma loucura, todos os meses são diferentes e o trabalho então é do mais variado e imprevisível que pode ser. Se eu hoje faço assim, amanhã podes ser tu a fazer e é a isto que assistimos todos os dias. Somos muitos, mas todos diferentes a fazer o mesmo ou pensamos nós que fazemos o mesmo, mas eu acredito que mesmo para fazer um simples flyer temos métodos e maneiras diferentes de o fazer.
Existe aquela palavra [concorrência] que às vezes nos lembramos dela, que às vezes nos faz ir espreitar o que se anda a fazer. Mas tem de ser um processo saudável. Não nos vamos imitar, nem começar a fazer tudo igual, assim deixamos de ser nós próprios. Podemos aprender, fazer e progredir. Não é por termos uma máquina fotográfica xpto que vamos ser mega fotógrafos, certo?
Eu designer, já dei por mim a pensar nisto… não tenho amigos designers. Não existe o hábito de um designer desabafar com outro, de partilhar as suas dores e crenças. Somos fechados, cada um no seu mundo, no seu teclado.
Por vezes falo demais, e confesso que às vezes vejo isso como um problema, falo pelos cotovelos, falo antes mesmo de me perguntarem alguma coisa. Falo antes mesmo de pensar se o que digo tem algum interesse… Por alguma razão segui Comunicação, sim porque nós designers comunicamos em tudo o que fazemos.
No último ano tenho apoiado outra designer, que tal como eu é freelancer, e tenho partilhado com ela aquilo que tenho vindo a aprender nos últimos anos. Uma vez até lhe passei uns ficheiros sem qualquer problema e ela perguntou se eu estava mesmo a fazer isso? Assim, sem mais nem menos? Sim, passei. Depois o que ela faz com eles já é a arte dela. Eu cá tenho a minha. E não sou só eu que partilho, também tenho aprendido com ela.
Mas isto tudo porque recebi um email de um colega há uns meses atrás, que não conheço. Queria iniciar-se na área com um novo cliente mas não fazia ideia dos preços nem como proceder. Deixei o email para responder ao final do dia, respondi, partilhei um pouco do meu trabalho e do meu método. Agora, passado algum tempo recebo novo email, a agradecer e a perguntar se pode passar o dito trabalho para mim pois já não iria continuar. Fiquei pasmada claro, e como boa portuguesa que sou, confesso que desconfiei de início, não me fossem passar um trabalho que ninguém quer fazer (eu iria querer?). Tive de perguntar claro quais eram os motivos para me passar o cliente… A verdade é que de todos os amigos, professores e designers a quem pediu ajuda, ninguém respondeu, a não ser eu que respondi na altura e com uma resposta concreta. Vês, Filipa? Fizeste bem.
E nós colegas, também não podemos nos fechar. Isto não é uma corrida, mas o que está feito está feito e as nossas ideias serão sempre as nossas, só temos de saber que são mesmo nossas.

Filipa Simões de Freitas
http://lancecollective.com/

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A Tribo também escreve Travel Vida de Freelancer

Viajar de avião & produtividade

Trabalhar a viajar é tão essencial. Nem consigo imaginar outro emprego sem essa importante componente: evasão. Bendito seja o Bleisure todo poderoso agora e na hora onde a inspiração falha. Amém. E benditos os soundtracks que criamos (ou que o genius cria) para nos agitar qual shot de café forte.

Saber-se com os pés pendurados por cima do oceano, muda o nosso mind-set.
Com ou sem paisagem, à janela ou na coxia, sempre tive uma imensa facilidade em trabalhar on-board. Ou porque viajo sozinha ou porque os meus travel buddies vão a dormir, consigo produzir e fazer render os minutos passados with your seat-belt fasten.
E cada um busca inspiração onde quer, sendo também imprescindível a ajuda de equipamento e preparação da nossa secretária, ou melhor, ambiente de trabalho. Há que saber o que temos que fazer, organizar previamente as nossas ideias para que quando parados, consigamos criar.

 E se descrevesse um “5 dicas para conseguir trabalhar enquanto viaja de avião” diria que passa por:
1. Organize previamente o que tem de fazer, priorizando o que é passível de ser feito com pouca bateria de laptop ou a partir de um tablet. Não se trata só de uma lista de to do’s, mas sim real percepção do que consiste o trabalho e da sua capacidade de o fazer offline.
2. Crie uma playlist (um soundtrack é bem melhor que ouvir interrupções do comandante. Além disso, se estamos habituados a ouvir nas colunas do escritório, voltar a ouvir nos headphones enfatiza a música e isso pode ser mesmo poderoso!)
3. Enfoque à produção de textos, relatórios, cálculos e trabalhos com recurso a aplicações previamente instaladas
4. Certifique-se que os recursos que precisa de consultar estão acessíveis offline ou instalados no tablet ou laptop. A cloud é muito traiçoeira e pode arruinar um plano de trabalho.
5. Preveja pausas, mas não espere pelo café. Traga os seus snacks. No escritório fazemos frequentes pausas que nos desviam do trabalho, mas que também nos permitem re-organizar ideias (espreitar um link num post, 2 linhas num blog, um quick-look ao instagram…). Não havendo internet não é possível esse devaneio, mas contem com essa necessidade com recurso a snacks.
E se o avião não se tivesse deslocado. Teria o mesmo efeito?!
Perguntem à Filipa que ela é que tem entrado em aviões que não chegam a descolar!
Bom trabalho e boa caça à inspiração 😉
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A Tribo também escreve Vida de Freelancer

O que aprendi no meu primeiro mês como freelancer

Durante muito tempo, ser freelancer era, para mim, uma utopia… um estilo de vida e de trabalho que apenas aqueles profissionais maduros e estabelecidos – e super mega profissionais – eram capazes de viver. De alguns anos para cá, livrei-me dessa ideia utópica e esse estilo de vida passou a ser o meu objectivo de vida. E não é que consegui concretizá-lo no final de 2015, sobreviver ao meu primeiro mês e estar aqui para contar aquilo que aprendi até agora?

Gerir o tempo não é fácil.
Freelancer = noites, feriados e fins-de-semana livres? Grande LOL. Todos os minutos contam meus amigos. TODOS! Pensei que ia ter mais tempo para finalmente praticar exercício físico de forma regular, para estudar, para escrever e porque não passear a meio da semana… a verdade é que a flexibilidade dos meus dias actuais permite-me fazer coisas a meio da manhã que não poderia fazer se estivesse numa empresa e, sim, confesso: já estive off durante dias inteiros para fazer aquilo que me apetecia ou que estava a precisar. E que bem que sabe. Mas, depois é preciso compensar tudo isso e rapidamente. Ser copywriter/tradutora freelancer não significa que me limito a escrever e a traduzir: agora tenho de me promover e fazer networking (um sonho para uma introvertida assumida!), estar sempre atenta ao email e conseguir responder rapidamente a tudo, fazer orçamentos e contas (OMG! Mas eu sou de letras, não de números!), tratar de recibos verdes, segurança social (OMG!), gerir o calendário de trabalho e os clientes… E é aí que entra a próxima lição.

Gerir clientes não é fácil. 
Até agora tinha um account ou project manager que me enviava o briefing e eu, no meu maravilhoso mundo da escrita, limitava-me a fazer isso mesmo – pesquisa, brainstorming, escrita, revisão – entregar e continuar na minha vidinha enquanto o account/project manager defendia as minhas palavras. Agora sou eu que tenho de defender as minhas palavras… e os meus preços, prazos e sabe-se lá mais o quê! Cada cliente é uma caixinha de surpresas e é preciso saber lidar, com profissionalismo, simpatia e responsabilidade, com cada um deles. Pelo meio, também tento surpreendê-los com a força das palavras. Acho que estão a gostar.

É para antes de ontem? Sem problema!
É difícil dizer não a um trabalho quando se é freelancer, porque primeiro, não se sabe se na semana seguinte vamos receber algum pedido novo e há que aproveitar tudo o que aparece (ou quase tudo, vá lá, também é preciso uma pitada de sensibilidade e bom senso aqui!); e segundo, porque ao dizer “não” a um possível novo cliente uma vez, podemos estar a fechar uma porta. E se há coisa que não pode haver na vida de um freelancer é portas fechadas – neste lifestyle, as correntes de ar fazem bem, quer dizer que o nosso nome e o nosso trabalho estão em constante circulação.

Há cada vez mais freelancers!
Já conhecia alguns freelancers antes de me ter juntado a esta tribo – eram os meus ídolos e hoje são os meus colegas e alguns até se tornaram amigos. Esta tribo livre, na forma de trabalhar e estar na vida, é também uma rede de contactos e de apoio que não tem preço. Complementamo-nos, ajudamos naquilo que for possível (e às vezes até impossível), motivamo-nos nos dias menos bons e damos os parabéns naqueles dias magníficos em que parece que encontramos o tesouro perdido – que é como quem diz, fechar um grande trabalho ou assegurar uma avença; ver algo que escrevemos publicado por aí para todos poderem ler; ou receber um elogio daqueles. Nesses dias, sabemos que estamos mesmo no caminho certo.

Há cada vez mais empresas e marcas dispostas a trabalhar com freelancers!

É verdade. O que seria dos freelancers sem as empresas e marcas com abertura para trabalhar com freelancers? Já tinha percebido isto antes de dar o grande salto e, desde então, vou tendo a certeza com cada dia que passa. Mas, isto nem sempre foi assim. As coisas estão a mudar… e ainda bem, porque é bom para todas as partes. Somos criativamente livres, em conjunto, e aquilo que é passível de nascer deste tipo de parcerias profissionais – onde cada freelancer traz o que melhor faz para potenciar a marca – pode ser realmente mágico. Eu sei, já vi em primeira mão.

Monica Rodrigues Aragão




PS: as fotos foram tiradas pela Daniela durante a visita relâmpago que a Mónica fez a Lisboa. Neste dia trabalhámos, conversámos e ainda conseguimos planear novos projectos. Obrigada Mónica por este dia. E todo o Sítio agradece também os belos bolos que trouxeste directamente de Braga 🙂
Filipa Simões de Freitas

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